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  • Pensar a Dois

Se conhecer para se transformar


Vivemos a era da transformação para muitos.


Mas ainda temos uma grande maioria sem conseguir ter acesso a essa transformação, pelo “simples” fato de não terem acesso a si próprios. Não conhecerem a si próprios. Ou ainda, não terem autonomia.


E, diga-se de passagem, não é um processo fácil.


Acessar e entender a si mesmo é o nosso grande desafio neste mundo.


E não é um processo curto, eu diria que é para a vida toda. E para os que acreditam em reencarnação, é um processo de muitas vidas.


Sendo uma ou mais vidas, o fato é que faz muito sentido dizer que para mudar ou transformar qualquer coisa, primeiro precisamos transformar a nós mesmos.


Precisamos nos conhecer e tentar nos entender.


Simples! Só que não!


Vou usar como exemplo a minha especialização em gestão de processos. Sou engenheira e especialista em gestão e otimização de processos. Utilizo de uma grande ferramenta para iniciar aos projetos que sou responsável: o mapeamento de processos.


Para otimizar qualquer processo de uma empresa, primeiramente eu preciso conhecer o processo atual, para depois sugerir as melhorias.


Faço o mapeamento detalhado da situação atual do departamento analisado, como se fosse um Raio-X, e na sequência estudo o mesmo para seguir adiante com os processos que podem ser melhorados e como podem ser melhorados.


Assim como para as empresas e seus departamentos, nós também precisamos olhar para dentro, bem lá no fundo, nos mapear em todos os detalhes fazendo o nosso Raio-X.


Tentar nos entender, achar a nossa missão de vida e depois sim, estaremos “prontos” para nos transformar e transformar/mudar os processos externos a nós.


É um processo de dentro para fora.


Assim como a aplicação de melhorias nas empresas, departamentos, nossas casas... é um processo contínuo, o autoconhecimento também funciona da mesma forma. São conhecimentos profundos, a longo prazo, que podemos mudar ou apenas conviver com eles de uma forma melhor.


O acesso ao nosso interior não é uma etapa fácil de se chegar, mas uma vez que estamos lá, teremos maior capacidade de chegar ao nosso propósito.


As novas etapas vão surgindo de forma mais clara, e nós nos vemos mais seguros para encará-las, com harmonia e prosperidade.


Eu acredito muito que quando acessamos os nossos sentimentos mais profundos, sejam bons ou ruins (somos seres humanos e sentimos coisas ruins. É normal.) e aceitamos os mesmos, somos capazes de prosperar em várias áreas da nossa vida, nas relações e negócios. Porque estarmos conquistando a nossa autonomia.


Quando partimos do princípio que a sociedade nos move e não nós que movemos a sociedade, nos damos conta que não deixamos escutar nossos sentimentos e nossas vontades, ou seja, não nos permitimos nos conhecer, somos induzidos pela vontade do outro. Estamos caminhando para o TER e esquecendo de SER.


Isso tudo ocorre porque fomos treinados para ter medo de pensar sobre nós ou sobre a capacidade de gerenciar nossos caminhos evolutivos. Fomos treinados para atender a expectativas.


Quando não reconhecemos nosso valor, vivemos à mercê dos “estímulos-evolutivos”, ou seja, pessoas, lugares, cargos, instituições e filosofias que nos dizem quem somos e o que devemos ser.


Às vezes precisamos de muita coragem para abandonar estruturas que construímos durante a vida e seguir sinais que nos indicam novos caminhos. E nessa fase seremos convocados a responder algumas questões indagadas pelo medo. Conseguirei responder pelo meu futuro? Estarei dando passos seguros para meu melhoramento? Estarei fazendo escolhas por necessidade ou teimosia?


Esse medo surge porque gostaríamos de contar com apenas êxito em nossas escolhas.


Adoramos respostas e soluções imediatas, prontas para usarmos.


Não queremos correr riscos.


Não ser criticados pelos caminhos que optamos.


Esse medo ainda reflete a dependência. Nessa hora, teremos que escutar nossos sentimentos e seguir. Ouvi-los não quer dizer escolher o certo, mas optar pelo caminho particular em busca da experiência sentida e conquistada dentro da realidade.


Esse é o “preço” que pagamos para descobrirmos quem somos verdadeiramente.


Libertar-se do ego é um parto psicológico.


A sensação de insegurança é eminente.


Todavia, quando conquistamos a nossa autonomia e autodisciplina, criamos a nossa maior defesa, porque estabelecemos limites, produzimos serenidade, dilatamos a confiança e colocamo-nos em contato com as nossas maiores aspirações. E assim a vida nos compensará com emoções enobrecedoras.


Estamos sendo transformados! ;)


O ciclo da vida seguirá, com os planejamentos, auto checagens, novos mapeamentos e novas aplicações dos conhecimentos adquiridos. É para a vida toda. Essa bagagem será a nossa grande evolução moral-humana neste mundo.


Descubra seu próprio caminho, lute por seus sonhos, celebre sua adversidade aceitando suas particularidades, participe da vida como se é, sinta o gosto de se desligar de uma vida centrada no ideal e realize-se no real.


Priscylla Spencêr


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